Durante o mês de Agosto os alunos do 6º e 8º anos participaram das oficinas para produção de textos da Olimpíada de Língua Portuguesa, depois de muito trabalho a Comissão Julgadora Escolar escolheu os seguintes textos:
Na categoria poemas, o vencedor foi o aluno Ezequiel do 6º ano
Na categoria Memórias, a vencedora foi a aluna Taynara do 8º ano
Parabéns a todos os alunos que participaram e a professora Fabiana pelo trabalho desenvolvido.
Confiram os textos:
Poema:
Olho para o céu
Vejo a pipa voando.
Olho para frente
Vejo as pessoas conversando.
Lá no rio a balsa está dragando
E os homens trabalhando.
Olho para o paredão
Vejo as araras pousando,
Os macacos pulando,
As borboletas voando,
As plantas brotando
Enfim, a natureza nos alegrando.
Ezequiel
Memórias Literárias:
Caminhando até onde Deus quiser
Minha infância foi um tempo muito
sofrido, e o lugar onde morávamos era muito perigoso, tínhamos que ter muita
atenção ao sair de casa, pois existiam cobras, onças e aranhas venenosas., mas
eu nunca me importei com isso. Desde criança eu cavava barro da beira dos lagos
que ficavam em volta de casa, carregava, colocava dentro de um recipiente,
jogava água e misturava para fazer jarros, cestos, bichinhos, etc. Isso servia
para complementar os rendimentos e ajudar nas despesas da casa. Lembro-me que
havia uma enorme árvore onde eu socava arroz e milho no pilão – equipamento
feito de tronco de madeira usado para socar cereais – para a nossa refeição.
Todos os dias, bem cedo eu carregava água do rio para todo o consumo da casa, pois
no lago a água era suja, tornando nossa vida ainda mais difícil. Hoje para se
conseguir água basta abrir a torneira.
Mas minha infância não era só
trabalhar. Eu e meu irmão brincávamos de cirandinha, passa anel, cobra cega, e
muitas outras brincadeiras que tanto nos alegrava.
Quando eu ainda era bem pequena
fiquei muito doente e quase morri. Depois de muitos anos rezando para que eu
ficasse boa, meu pai resolveu procurar um médico, e conseguiu encontrar uma médica
que me curou, foi como se eu tivesse nascido de novo.
Sinto muita saudade da minha
infância e o começo de minha adolescência. Mesmo sabendo que foi muito sofrida
eu sabia que meus pais estavam comigo. Hoje já não estão.
Aos
15 anos comecei a cantar junto com minhas amigas em um coral, saíamos para nos
apresentar nos sítios que muitas vezes eram longe de casa, para cortar caminho passávamos
por uma floresta muito linda, cheia de pássaros cantando, beija-flor cheirando
as flores, árvores imensas algumas sempre floridas, parecia o paraíso.
Depois
que eu me mudei, nunca mais tive a sensação que eu sentia quando estava naquela
floresta. Para chegar aos sítios eu andava umas três léguas – os quilômetros de
antigamente – que hoje em dia equivalem a dezoito quilômetros.
Hoje vivo em paz. Tenho uma família
linda, moro em um lugar com vizinhos maravilhosos. Aos sábados vou para a
igreja da comunidade, aos domingos frequento a novena nos meus vizinhos. E vou
caminhando até onde Deus quiser.
Texto
baseado nas memórias de Dona Maria, 76 anos, que hoje vive com seu marido
admirando as belezas deste lugar.
Taynara
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